quinta-feira, 9 de junho de 2016

ORAR E REZAR.

O Pai Nosso é a oração mais perfeita e completa que temos. Alguns de nossos irmãos evangélicos criticam nosso modo de rezar dizendo que o católico reza, mas não ora fazendo uma distinção entre uma coisa e outra. Na verdade orar e rezar são sinônimos
Argumentam numa ideia criada de que "rezar" seria repetir "vãs palavras", enquanto que "orar" seria, verdadeiramente, falar com Deus aquilo que vem do coração com entregaa , com verdade de fé e amor.
Há anos atrás fizemos na Paróquia de Santa Teresinha uma experiência durante a Semana da Unidade e foi convidado um pastor da Igreja Batista Betel para orar conosco.  Durante a cerimônia litúrgica o pastor se recusou a ler um trecho preparado usando esse argumento e preferiu fazer a oração espontânea.
O Padre que dirigia a cerimônia (Padre Norberto), para não criar embaraço aceitou que o pastor fizesse sua oração espontânea. 
Na realidade, não há absolutamente nenhuma razão para se diferenciar radicalmente os termos orar e rezar. Na Santa Missa, por exemplo, o sacerdote tanto usa a expressão "oremos" quanto, na oração dos fiéis ou na homília, pode dizer "rezemos". Não há, portanto, também razão para que alguns pastores queiram mudar a língua portuguesa, e por conta própria "ensinar" às pessoas simples e despreparadas que existe uma grande diferença entre orar e rezar.
Tomar essa posição de critica é assumir uma ideia equivocada e servir-se dela pra nos acusar de que somos ignorantes em termos de conhecimento sobre a Bíblia.  Podemos analisar a questão na própria Bíblia:.  

Esses tais demonstram um interesse doentio por controvérsias e contendas acerca das palavras, que resulta em inveja, brigas e atritos constantes...”
(1Tm 6, 4)

Como vemos, esse tipo de controvérsia sobre palavras não é nenhuma novidade. O que não se entende é porque insistir numa ideia de diferença totalmente inventada entre palavras que sempre foram e continuam sendo, na realidade, sinônimas? O que alegam sobre a diferença como dito acima não em nenhum sentido. Para um fiel católico, entretanto, desmontar essa construção falsa e muitas vezes maldosa é bem fácil, simplesmente porque é desprovida de qualquer base sólida.  
Admitindo que o termo "orar" possa ter sido preferido, por certos autores, para significar as orações espontâneas, e "rezar" tenha sido mais utilizado com enfoque na sua raiz semântica latina "recitare", que significa récita. Isto, nunca foi regra geral, e para confirmá-lo basta demonstrar que o vocábulo "orar" deriva do latim "orare", cujo sentido original é exatamente o mesmo, isto é, "pronunciar uma fórmula ritual, uma súplica, um discurso", além de significar também (exatamente do mesmo modo que o 'recitare') o "pedir, rogar, pleitear, advogar". Estas acepções estão presentes nos cognatos "oração" (do latim 'oratione') e "orador"; todavia ambos os verbos, "orare" e "recitare", justamente por influência do latim eclesiástico especializaram-se com sentido de suplica a Deus. (www.ofielcatolico.com.br)
Mais além, não é verdade que os católicos só podem se utilizar de orações pré-definidas para falar a Deus. Todo católico pode e deve elevar suas próprias orações espontâneas ao Criador, usando as palavras que lhe vêm ao coração, para pedir, louvar, dar graças.


Paulo Henriques.