quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

CURSO BIBLICO 
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ENCONTRO 11 – O ANO LITURGICO.

CICLO DA PASCOA – O PENTECOSTES.


O desenvolvimento litúrgico do domingo de Pentecostes, que lhe acentuou a autonomia, começou no inicio do século IV, quando surgiu o uso de reservar à vigília noturna desta solenidade  o conferimento do Batismo àqueles que não puderam recebê-lo na noite de Páscoa.
O domingo de Pentecostes conclui o tempo pascal e na revisão dos textos, tanto bíblicos como eucológicos, da celebração ocorrido durante a reforma litúrgica, acentuou-se uma temática que evidencia o evento salvifico da efusão do Espírito Santo, substituindo a temática genérica sobre o Espírito Santo, utilizada até então.

1 – O ESPIRITO SANTO.

1.a – “Não vos afasteis de Jerusalém, mas esperai a realização da promessa do Pai, que ouvistes de meus lábios” (At 1,4) – Obedecendo à ordem recebida, reuniram-se os apóstolos em oração. Foi a primeira novena de Pentecostes.
1.b – É em sintonia com a  Igreja primitiva que voltamos a mente e o coração para o Espírito Santo num desejo de melhor conhecê-lo e amá-lo.
1.c – Segundo o sentido latino a palavra espírito significa hálito, respiração, sopro vital. Assim como no homem a respiração é a manifestação da vida, em Deus o Espírito Santo é a expressão, a efusão da vida e do amor do Pai e do filho.
1.d – A Igreja invoca o Espírito Santo para que venha acender no coração de seus filhos a chama da caridade.
1.e – Embora de modo velado, já o Antigo Testamento fala do Espírito Santo, e desde o principio o Espírito Santo está no mundo, mas a revelação explicita do Espírito Santo e de sua efusão sobre todo o povo de Deus é reservada ao Novo Testamento. É o próprio Jesus que o anuncia: “O Paráclito que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito de Verdade que procede do Pai, dará testemunho de mim”. (Jo 15, 26).
1.f – O Espírito continua a obra do Redentor e dá testemunho dele, iluminando  anteriormente os apóstolos e a todos os fieis sobre o mistério de Cristo.
1.g – O Espírito Santo tem também a missão particular de santificar os fiéis no amor e na verdade: “O Amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo” diz São Paulo (Rm 5,5) e Jesus declara aos apóstolos: “O Espírito da Verdade vos ensinará toda a Verdade” ( Jo 16,13). È justamente sobre estes aspectos que a Igreja nos convida a invocar o Espírito Santo.

2 – O ESPIRITO DA IGREJA.

2.a – A Igreja, fundada por Cristo, para prolongar nos séculos sua obra de salvação, é animada por seu mesmo Espírito. O Concilio Vaticano II, pelo decreto “Ad Gentes” nos recorda: “Foi no dia de Pentecostes que começaram os “Atos dos Apóstolos”, do mesmo modo que pela descida do Espírito Santo sobre a Virgem Maria, fora Cristo concebido e, pela descida do mesmo Espírito sobre Cristo em oração, fora este impelido a cumprir seu Ministério” (AG 4)
2.b A Igreja vive e cresce no mundo sob o influxo do Espírito Santo. Tudo o que a Igreja realizou nestes dois milênios de cristianismo foi feito em virtude do divino Espírito que jamais deixou de assisti-la e de infundir-lhe o vigor necessário para o cumprimento de sua missão.
2.c – O Espírito não é dirige a Igreja por caminhos fáceis, isentos de dificuldades, e de lutas, mas antes a sustenta para que progrida através das mesmas lutas0 e dificuldades com serenidade, constância e alegria de sofrer por Cristo. Da atitude dos primeiros Apóstolos que se alegravam “por terem sido dignos de sofrer afrontas... pelo nome de Jesus”, buscamos o exemplo.
2.d – A força profunda tanto na Igreja nascente como da atual está no deixar-se guiar pelo Espírito Santo, dando testemunho de fé e de amor em Cristo Jesus.
2.e – A fim de colaborar para a união da Igreja, o primeiro e mais importante passo a ser dado é o desenvolvimento do amor que o Espírito Santo derrama em cada batizado para que produza  frutos de caridade, de concórdia e de paz.
2.f – Deixar fermentar no próprio coração germes de egoísmo, de intolerância, de antipatia, que geram a discórdia é um contra senso para aquele que reza pela união e paz universal. Esses germes nascem pequeninos no coração do homem, mas se fomentados podem provocar situações gigantescas, eis porque S. Paulo diz: “Conjuro-vos ... eu, prisioneiro pelo Senhor, que vos comporteis de maneira digna da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade, mansidão e longanimidade, suportando-vos mutuamente com caridade, pressurosos em manter a unidade do espírito mediante o vinculo da paz”. (Ef 4,1-3).

3 - GUIADOS PELO ESPIRITO.

3.a – A graça santificante, as virtudes teologais e morais infundidas no batismo situam o cristão no plano sobrenatural e lhe dão a possibilidade de agir sobrenaturalmente, de tender para Deus e para a santidade. Todavia, o modo de proceder do cristão continua humano e, portanto limitado, imperfeito. A inteligência humana, mesmo depois de iluminada pela fé continua sem capacidade para atingir a Deus, impotente para conhecê-lo como ele é.
3.b – Conhecendo imperfeitamente a Deus, é também incapaz de orientar-se perfeitamente para ele, de am=alo efetivamente: “com todo o coração, com toda alma, com toda a mente” (Mt 22,37). Muitas vezes não sabe discernir a vontade de Deus a seu respeito, não sabe distinguir o que é mais perfeito, mais agradável ao Senhor.
3.c – Enquanto o homem procede por iniciativa própria, incompleta é sua orientação para Deus, porque é sempre um “modo humano”. Mas ao se deixar guiar pelo Espírito Santo, age de “modo divino” e assim se orienta para Deus.
  
A Igreja é a comunidade, corpo de Cristo, que tem como alma o Espírito Santo, o qual manifesta a sua presença ativa e eficaz através dos carismas ou dons particulares de graça. Estas manifestações particulares do Espírito são concedidas para o bem comum, porque estão ordenados para a vida, para o crescimento do corpo de Cristo e para a missão. Todo cristão tem o seu dom de graça e um lugar definido na Igreja;todo cristão é um enviado para anunciar Cristo no poder do Espírito Santo.
Que no dia de Pentecostes possamos partir da assembléia eucarística como os apóstolos saíram no cenáculo e com as nossas vidas cantar ao mundo as maravilhas de D







LITURGIA FESTA  NA IGREJA.
ENCONTRO 10 – O ANO LITURGICO.
CICLO DA PASCOA –  O TEMPO PASCAL.

Desde o século VIII até a reforma litúrgica no concilio Vaticano II, com o nome de Tempo Pascal indicava-se o espaço de tempo vai desde a festa da Páscoa até o sábado da oitava de Pentecostes.
Antes do Êxodo, os judeus comemoravam o Pentecostes como festa da colheita (cf Ex 23,14ss). Depois do Êxodo a festa perdeu o caráter naturalista para tornar-se festa memorial do evento salvífico da aliança no Sinai.  No tempo de Jesus a festa dos cinquenta dias após a Páscoa era ainda celebrada no judaísmo oficial como festa da colheita, mas já havia tomado em alguns círculos religiosos o sentido de comemoração da teofania do Sinai.  
É provável que a Igreja primitiva tenha se inspirado no costume hebraico ao celebrar os cinqüenta dias pascais.
Desde o começo a festa cristã de Pentecostes teve o seu significado original e preciso. Segundo o texto do capitulo dois de Atos a festa foi marcada pela efusão do Espírito Santo e pela vocação da nova comunidade do Crucificado-Ressuscitado.

1 – O Tempo pascal na reforma do ano litúrgico.

1.a – Os cinqüenta dias que vão desde o domingo da ressurreição até o domingo de Pentecostes, são celebrados no jubilo e na alegria, como um único dia de festa, ou melhor, como o “grande domingo”. São os dias nos quais, de modo todo especial, canta-se o Aleluia.
1.b – Os domingos desse tempo são considerados como domingos de Páscoa e depois do domingo da Ressurreição, são chamados de II, III, IV, V, VI e VII domingos de Páscoa. Este tempo sagrado dos cinqüenta dias conclui-se com o domingo de Pentecostes.
1.c – Os primeiros oito dias do tempo pascal constituem a oitava da Páscoa e são celebrados como solenidades do Senhor.
1.d – A Ascensão do Senhor é celebrado no quadragésimo dia após a Páscoa, salvo nos lugares em que não é de preceito, onde será transferido para o VII domingo da Páscoa.
Os dias após a Ascensão até o sábado antes do Pentecostes preparam a vinda do Espírito Santo.

2 – O significado da celebração dos cinqüenta dias pascais.

2.a – A Igreja nasce no ato do sacrifício pascal de Cristo, mas somente cinqüenta dias após a ressurreição o Espírito Santo é dado à primeira comunidade cristã reunida em assembléia.
2.b – Para os apóstolos, chamados a serem fundamento da Igreja, esse tempo é importante. Para poderem responder a sua vocação, eles tiveram que percorrer um itinerário de vida de fé adquirindo plena consciência do novo modo da presença de Jesus ressuscitado no meio deles e para compreender o Reino que mesmo não sendo deste mundo, deve ser construído no mundo.
2.c – durante os cinqüenta dias Jesus educou os apóstolos com varias aparições, para que compreendessem os novos sinais da sua ação no mundo. Há uma nova pratica no exercício da fé e são tentados à incredulidade, até o dia em que serão investidos com a força do Espírito. A partir de então testemunham diante do mundo a fidelidade ao evangelho, inclusive com o próprio sangue.
2.d – Também para nós este tempo deve constituir um tempo de aprofundamento da fé e dos sinais da fé.
2.e – O Tempo pascal deve ser valorizado de forma responsável sob o ponto de vista espiritual e pastoral. “É um tempo diferente dos outros, como um dia celeste, um dia de eternidade, inserido na trama do tempo terreno.  Durante este dia celeste (cuja duração é de cinqüenta dias terrenos), a Igreja faz a experiência, nos limites do possível , da vida eterna, da vida glorificada, na qual penetrou o homem chamado Jesus, conservando escancarada a sua porta”. (Ruillard).
2.f – A liturgia do Tempo pascal introduz toda a comunidade cristã num conhecimento mais pleno do mistério de Cristo e da Igreja, nascida da Páscoa, através da proclamação dos textos bíblicos que nos trazem a experiência vivida pela primeira geração cristã guiada pelos apóstolos.

3 – A celebração do mistério da Ascensão.

3.a - Desde a segunda metade do século IV, no quadragésimo dia depois da Páscoa, celebrou-se a festa da Ascensão, transferida agora para o VII domingo da Páscoa. Embora Santo Agostinho (+ depois do ano 394) mencione como uma festa celebrada por todas as cidades, dando a entender que a instituição remonte aos próprios apóstolos ou um decreto de algum sínodo, nenhum outro escritor, antes do século IV, menciona essa festa. A festa litúrgica surgiu provavelmente na segunda metade do século IV, porque no século V já estava largamente difundida.
3.b – a nossa fé não deve pensar tanto na Ascensão como acontecimento localizado em determinado espaço no tempo. Não devemos fantasiar com as imagens através da quais os textos da Escritura oriundos de um contexto de cultura diferente da nossa nos transmitem de salvação (por exemplo: “sentar-se à direita de Deus”), mas devemos acolher no plano da fé a dimensão da realidade cósmica e sacerdotal da ressurreição.
3.c – Cristo que sobe ao céu é o Jesus ressuscitado que vive de maneira nova e diferente, a fim de que sua humanidade, assim compreendido o seu corpo, totalmente vivificada pelo Espírito Santo possa agir em nos, em toda a Igreja, no mundo e em todos os tempos como único instrumento de salvação.
3.d – O mistério da Ascensão esta intimamente ligado à inauguração da missão da Igreja. A comunidade dos fieis é um sinal do poder de Deus manifestado em Jesus Cristo. Cristo, chefe e senhor da Igreja está unido de maneira única ao mistério de Deus e por isso ela pode estar presente em todo o lugar. O mesmo Jesus do mistério da Ascensão e cabeça da Igreja. 
3.e – Com a Ascensão cessa a experiência da presença sensível de Jesus em nosso meio e começa o tempo da presença invisível de Jesus no Espírito, através do sinal visível do seu corpo, que é a Igreja. “Eu já não estou no mundo; eles permanecem no mundo, enquanto eu vou para junto de ti”. (Jo 17,11)






CURSO LITURGIA

ENCONTRO 9 – O ANO LITURGICO.
CICLO DA PASCOA – SEMANA SANTA E O TRIDUO PASCAL.

Além de preparar o cristão para a Páscoa, a Quaresma quer fazer com que o mistério da Páscoa seja vivido a partir da Paixão. Ela faz com que a Igreja suba com Cristo para Jerusalém.
A subida de Jesus para Jerusalém não é só uma peregrinação, mas tem um significado messiânico e teológico que deve ser colocado em relevo: Jesus vai a Jerusalém para cumprir a vontade do Pai.
Para a comunidade cristã a Quaresma é um novo êxodo, um retorno do exílio para Jerusalém, isto é,  para a Páscoa de Cristo, que edifica a comunidade como Igreja.
Seguindo a Quaresma com este espírito, chega-se com fé mais iluminada à Semana Santa, quando a liturgia segue passo a passo os últimos acontecimentos da vida terrena de Jesus.
“O mistério pascal, que encontra na Semana Santa a sua mais alta e comovida celebração, não é simplesmente um momento do ano litúrgico ele é a fonte de todas as outras celebrações do próprio ano litúrgico, porque todas se referem ao mistério da nossa redenção, isto é, o mistério pascal.” (Paulo VI)

1 - DOMINGO DE RAMOS –

O Domingo de Ramos que inicia a “grande semana” ainda faz parte do tempo da Quaresma.
Neste dia a Igreja faz a memória da entrada de Cristo Senhor em  Jerusalém para ai realizar o seu mistério pascoal.
Na liturgia revivem e se revelam os dois aspectos fundamentais da Páscoa: a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém como anuncio e figura do triunfo da sua ressurreição e a memória da sua paixão, que marca a libertação da humanidade do pecado e da morte.  Este é o único domingo em que se faz tal memória da paixão do Senhor.
Solenemente comemorada com a procissão coloca em relevo a entrada de Jesus na Cidade Santa, aclamado pela multidão dos hebreus como Messias o que tem um profundo significado de fé: Enquanto os chefes do sinédrio pensam na eliminação de Jesus, além dos hebreus que o aplaudem, os pagãos pedem para ver Jesus. O Filho do Homem é glorificado sendo reconhecido pelo resto de Israel e pelas primícias dos povos pagãos ( Cf Jo, 12,12-50).
O rito que comemora a entrada de Jesus em Jerusalém deve predispor o animo dos fieis à proclamação da paixão de Jesus na liturgia da palavra e à sua atuação sacramental na litúrgica eucarística. Todos os textos bíblicos são escolhidos nesse sentido.

2 - O TRIDUO PASCAL.

A Páscoa é celebrada sacramentalmente em três dias: A Sexta Feira Santa celebra a Paixão; o Sábado Santo s sepultura; o domingo, a ressurreição. Pode-se notar que a Quinta Feira Santa não faz parte do Tríduo e é considerado como “o dia anterior à Páscoa”, ou mais simplesmente “a quinta feira da ultima semana da Quaresma”.

2.A - Quinta Feira Santa. – Embora não faça parte do tríduo pascal a Missa da Ceia do Senhor tem profundo significado para a celebração da Páscoa.
Esta missa é considerada como abertura da celebração da “bem aventurada paixão”. Ela nos fornece o momento sacramental do próprio mistério, ou seja, atualiza e perpetua a sua presença através dos tempos. Assim, enquanto o Tríduo nos apresenta a realidade do mistério pascal único e unitário na sua dimensão historia, a Quinta Feira Santa o transmite em sua dimensão ritual
No rito da ceia, que Jesus ordenou celebrar em sua memória, ele nos deu o seu sacrifício pascal. A Igreja por vontade de Cristo, repete a ceia para perpetuar a Páscoa.  Ela não deve ser apresentada aos fieis como a “missa da comunhão pascal”, pois a verdadeira eucaristia da Páscoa é aquela da Vigília do sábado à noite.

2.A.1. – a Adoração da Eucaristia.
Ao terminar a celebração da missa, as sagradas espécies são conduzidas processionalmente para um lugar devidamente preparado, a fim de que sejam colocadas num tabernáculo, adoradas e conservadas para a comunhão da Sexta Feira Santa. Este sinal de adoração quer sublinhar os aspecto derivado da celebração da missa: a presença permanente de Cristo sob as espécies eucarísticas.

2.B – Sexta Feira Santa . – A liturgia não considera a Sexta Feria Santa como dia de luto e de pranto, mas de amorosa contemplação do sacrifício cruento de Jesus, fonte de nossa salvação. Ela celebra a morte vitoriosa do Senhor e por isso fala da “bem-aventurada” e “gloriosa” paixão.
Segundo uma antiqüíssima tradição a Igreja não celebra nesse dia a eucaristia. O elemento fundamental da liturgia  deste dia é a proclamação da palavra.
2.B.1 – Liturgia da Palavra.  Não há muitos ritos introdutórios. Depois da prostração e de uma breve oração, procede-se imediatamente às leituras.
2.B.2 – A Solene Oração dos Fieis. -Depois da leitura dos textos bíblicos que culmina com a leitura da narrativa da paixão segundo João, a liturgia da palavra se conclui com a solene oração dos fieis para as grandes intenções da Igreja e do mundo. Com esta oração solene que a Igreja faz em nome de Jesus, único sacerdote, ela apresenta ao Pai as suas grandes intenções. Com esta oração solene, toda a família de Deus e toda a humanidade são como que levadas aos pés da cruz, na qual Cristo morre por todos.
2.B.3. – A Adoração da Cruz. A Igreja não celebra a ceia do Senhor na Sexta feira Santa. A liturgia está toda concentrada no sacrifício cruento de Cristo e não em seu rito memorial. A expressão “adoração da cruz” pode ser ambígua, se não for  explicada: o que adoramos é a pessoa de Cristo crucificado e o mistério que esta morte significa para nós. 
A Igreja não separa a morte de Jesus da sua ressurreição e por isso a Igreja faz um hino de louvor e de glorificação à cruz celebrando Cristo vencedor da morte e já proclama a sua ressurreição com a antífona: “Adoramos  a vossa cruz, Senhor; louvamos e glorificamos a vossa santa ressurreição. Do madeiro da cruz veio a alegria ao mundo inteiro”.
2.B.4 – Comunhão.-. Durante muitos séculos não se comungava na Sexta Feira Santa por se considerar que nesse dia os apóstolos estavam mergulhados na tristeza e deviam ter ficado em jejum pela ausência do Esposo, não apenas do alimento material, mas também do espiritual, a eucaristia, na expectativa do seu retorno (Cf Mt 9,14-15). A comunhão foi introduzida na reforma da Semana Santa realizada por Pio XII em 1955. Muitos criticaram a decisão entendendo que se corria o risco de desfocar o objetivo do ponto culminante do Tríduo: a participação a eucaristia na Vigília pascal e o significado do dia litúrgico.
 Se as coisas são apresentadas com seu verdadeiro sentido, através de catequese apropriada, é possível sublinhar o lado positivo do rito. Toda comunhão, mesmo feita fora da missa, é sempre comunhão com Cristo, que se oferece por nos em sacrifício ao Pai. É este o significado especifico que se deve salientar.
2.B.5 – Rito final – O solene ato litúrgico da paixão e morte do Senhor conclui-se com uma oração e com a benção do povo que em seguida, silenciosamente  se retira.

2.C.- Sábado Santo. A Igreja fica parada junto ao sepulcro do Senhor, meditando a sua paixão e morte, abstendo-se de celebrar o sacrifício da missa (a mesa fica sem toalha e ornamento) até a solene Vigília ou expectativa noturna da ressurreição.
O Sábado Santo é um dia “alitúgico”, isto é, sem celebração eucarística e a Igreja se limita a convocar a assembléia para a Liturgia das horas, diferentemente da Igreja antiga que não se reunião nem para oração. Quase nada é dito sobre o mistério da salvação contido no repouso de Cristo na tumba. É então oportuno uma reflexão sobre o conteúdo do artigo do Credo sobre a descida de Cristo à mansão dos mortos.
A inserção deste artigo no Credo apostólico remonta ao século IV e foi feita sem lhe dar nenhuma interpretação.
2.C.1 – O primeiro significado deste ponto da fé diz respeito à morte de Cristo na cruz. Jesus morreu realmente porque é realmente homem.
2.C.2 – outro significado, que de certa forma é incluído no anterior, é a solidariedade de Jesus, morto na cruz, com todos os homens mortos. Assim como foi solidário com os vivos, foi também solidário com os mortos.
2.C.3 – A descida à mansão dos mortos assinala a vitória de Cristo em favor dos homens que viveram sob a antiga aliança.

2.D. – Domingo de Páscoa -Vigília Pascal na Noite Santa e Missa do Dia.
2.D.1 – Vigília Pascal.
2.D.1.A – Páscoa Judaica – Na páscoa judaica já estava presente a motivação da Vigília na qual era celebrado o rito pascal: “Esta foi a noite de vigília para o Senhor, para faze-los sair do pais do Egito”. Portanto, “assim deve ser para todos os filhos de Israel uma vigília para o Senhor, em todas as gerações”. (Ex 12,42)
Durante esta vigília, os israelitas celebrando o rito pascal, faziam a memória da salvação realizada por Deus nos eventos do êxodo. “Esse dia será para vocês um memorial, pois nele celebrarão uma festa para o Senhor, vocês celebrarão como um rito permanente, de geração em geração”. (Ex 12,14).
Nos textos do judaísmo a teologia da Páscoa acentua também o aspecto escatológico. A vigília pascal dos judeus, depois da destruição do templo, concluía-se com um “adeus a Jerusalém” , cheio de esperança temporal: “Até o próximo ano em Jerusalém”. “Ele reconstruirá a sua casa em breve, logo, logo em nossos dias.”.
2.D.1.B - Páscoa Cristã. Na páscoa cristã, a estrutura teológica da Vigília pascal não muda, mas é enriquecida com a “realidade” que é Cristo, o Crucificado-Ressuscitado.Ele é a páscoa da nossa salvação. . 
Os cristãos vigiam na noite de Páscoa para celebrar toda a econômica salvífica, numa visão unitária e continua deste a criação até a parusia. . O conteúdo litúrgico e teológico da Páscoa é de caráter comemorativo recordando e revivendo o evento salvífico da morte-ressurreição de Cristo.
O sentido mais verdadeiro da Vigília é este: nós já estamos vivendo a Páscoa que celebramos no rito. Celebramos para que se realize sempre mais profundamente em nós, na expectativa da Páscoa eterna.  “a noite vai avançada e o dia está próximo. Deixemos, portanto, as obras das trevas e vistamos as armas da luz... Vistam-se do Senhor Jesus Cristo”. (Rm 13,12-14).

2.D.2 – O dia de Cristo Senhor. – A liturgia do dia de Páscoa celebra o evento pascal como “dia de Cristo Senhor”.
As leituras bíblicas contem o “kérigma” pascal e um chamamento para o empenho da vida nova em Cristo ressuscitado. Elas acentuam o valor sacramental da celebração da Páscoa, que participada, faz entrar numa nova condição de vida.
Somente Cristo levou a termo a verdadeira vocação humana, porque é Homem-Deus. Na sua ressurreição comunica ao mundo o seu Espírito de vida que muda o coração do homem, Espírito de liberdade, que redime o homem de suas escravidões e exatamente na raiz, pois resgata o homem do pecado.
A Páscoa de Cristo liberta o homem “por dentro”, pois até que o homem seja ameaçado pelo seu pecado, nenhuma libertação exterior está garantida.


CURSO LITURGIA

ENCONTRO 8 – O ANO LITURGICO
CICLO DA PASCOA – A QUARESMA.

1 - O Tempo da Quaresma.

-          A quaresma tem por finalidade preparar a Páscoa: a liturgia quaresmal  conduz à celebração do mistério pascal, seja para os catecúmenos através,  dos diversos graus da iniciação cristã, seja aos fiéis mediante as lembranças do batismo e da penitencia.
-          O Tempo da Quaresma decorre da Quarta-feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive. Do inicio da Quaresma até a Vigília pascal não se canta o Aleluia.
-          A quarta-feira, com a qual se inicia a Quaresma e que em todo lugar é dia de jejum, são impostas as cinzas.
-          Os domingos deste tempo são chamados de I, II, III, IV e V domingos da Quaresma. O sexto domingo, no qual se inicia a Semana Santa, chama-se “Domingo de Ramos ou da Paixão do Senhor”.  
-          A Semana Santa tem como finalidade a veneração da Paixão de Cristo, desde a sua entrada messiânica em Jerusalém.

2 – Origem e Historia da Quaresma.

-          A celebração da Páscoa, nos três primeiros séculos da Igreja não tinha um período de preparação. Limitava-se a um jejum realizados nos dois dias anteriores.A comunidade cristã vivia intensamente o empenho cristão, até o testemunho do martírio, que não sentia a necessidade de um período de tempo para renovar a conversão já acontecida com o batismo. Lembre-se que era um tempo de perseguição.
-          A necessidade de um período de tempo para chamar a atenção dos fieis, conscientizando-os da necessária coerência de vida com o batismo, ocorreu no período após a Paz de Constantino.
-          Tanto no Oriente como no Ocidente encontramos os primeiros sinais de um período como preparação espiritual à celebração da Páscoa, no principio do século IV, mas não se sabe ao certo onde, por meio de quem e como surgiu a Quaresma, sabendo-se apenas que ela foi se formando progressivamente.
-          O costume de inscrever os pecadores à penitencia publica quarenta dias ante da Páscoa determinou a formação de uma “quadragésima” (quaresma), que caia no VI domingo antes da Páscoa. O rito penitencial (no qual se inscrevia os pecadores ) não era celebrado no domingo e este ato era celebrado na quarta feira anterior.  Toda quarta feira era dia de jejum. Assim nasceu a Quarta Feira de Cinzas.
-          A partir do fim do século IV a estrutura da Quaresma é de quarenta dias, considerados à luz do simbolismo bíblico, dando a esse tempo um valor salvífico-redentor.
-          Na determinação dos quarenta dias é certo que teve grande peso a tipologia bíblica dos quarenta dias:
-          - Jejum de quarenta dias de Jesus.
-          - Quarenta anos transcorridos pelo povo de Deus no deserto.
-          - Quarenta dias m que Moises esteve no Monte Sinai.
-          - Quarenta dias em que Golias, o gigante filisteu, desafiou Israel .
-          - Quarenta dias em que Elias, fortificado pelo pão cozido sob as cinzas e pela água     chegou ao monte Horeb. 
-          - Quarenta dias em que o profeta Jonas pregou a penitencia aos habitantes de Ninive.


3 – A Espiritualidade da Quaresma.

-          A Quaresma é um tempo favorável para a redescoberta e aprofundamento do discípulo de Cristo. A conversão cristã  não é simplesmente uma conversão moral, (embora exija-a), mas é conversão para Deus. Isto exige uma mudança intima e radical pela qual o homem começa a pensar, a julgar e reordenar a sua vida, movido pela santidade e bondade de Deus.
-          O aspecto mais profundo da espiritualidade da Quaresma consiste na participação sacramental do mistério pascal de Cristo em seus momentos de paixão.
-          A espiritualidade da Quaresma é caracterizada também por uma mais atenta e prolongada escruta da palavra Deus, pois é esta palavra que ilumina o conhecimento dos próprios pecados, chama a conversão e infunde confiança na misericórdia de Deus. Neste sentido os textos bíblicos quaresmais (durante os cinco domingos que precedem a Semana Santa, no ciclo trienal, são proclamados quarenta e cinco textos bíblicos) colaboram decisivamente para essa tomada de consciência.

4 – As Leituras Bíblicas quaresmais.

-          As leituras do Antigo Testamento podem ser reduzidas a três grupos: 1) os textos que apresentam a historia da salvação (a aliança original; a vocação de Abraão; o êxodo;  o deserto e a historia de Israel; 2) os textos que proclama a lei e, portanto, os deveres morais impostos pela aliança; 3) os apelos dos profetas à conversão e ao arrependimentos.
-          As epistolas foram escolhidas tanto para prolongar a mensagem contida nas leituras do Antigo Testamento e mostrar a profundidade das mesmas, como preparar a escuta do Evangelho.
-          Os evangelhos dos dois primeiros domingos, nos três anos, estão sempre centrados em Cristo tentado e transfigurado; os outros três domingos preparam mais diretamente para o batismo ou à renovação das promessas na noite de Páscoa.
-          Existem três itinerários claramente identificados durante os três anos na liturgia da palavra de cada domingo: No ano A como uma Quaresma batismal, onde as leituras acentuam o caráter batismal. – No ano B como uma Quaresma cristocêntrica, onde os textos então centrados no mistério da cruz gloriosa de  Cristo segundo João. – No ano C como uma Quaresma penitencial, com os textos de Lucas colocando em relevo a misericórdia  de Deus e o convite para acolhê-la..

5 – As obras de penitencia quaresmal.

-          O jejum – mesmo que limitado à Quarta Feira de Cinzas e à Sexta Feira Santa, e a abstinência de carne todas as sextas feiras, devem expressar a intima relação que existe entre este sinal externo penitencial e à conversão interior. É inútil abster-se de alimentos e não se abster do pecado e a liturgia quaresmal insiste no apelo para superar o formalismo.
-          A oração – A quaresma é tempo de uma mais assídua e intensa oração entendida em sua autenticidade evangélica mais profundo, isto é, a participação na oração de Cristo. A oração cristã não é e não pode ser de modo alguém a tentativa de manipular Deus, para tê-lo como avalista de nossos próprios projetos, mas é plena disponibilidade à vontade divina. A oração, sobretudo no tempo quaresmal, será feita também e em comunidade, quando o individuo e a comunidade externa a expressão de louvor, da ação de graças e da suplica e concretiza a plena oferta de si a Deus no profundo sentido de “sacrifício do espírito”.

-          A caridade -  A Quaresma é tempo de um mais forte empenho de caridade para com os irmãos. A liturgia fala de “assiduidade na caridade operante”, de “uma vitória sobre o nosso egoísmo que nos torne disponíveis às necessidades dos pobres”.  Os textos bíblicos e eucológicos da Quaresma apelam para a justiça e a caridade que levam à verdadeira ascese.
CURSO LITURGIA

ENCONTRO 7 – O ANO LITURGICO.

O TEMPÓ COMUM –

Durante o curso do ano, além dos tempos que possuem características próprias, existem trinta e três ou trinta e quatro semanas nas quais se celebram aspectos particulares do mistério de Cristo que é venerado em sua globalidade, especialmente nos domingos.
O tempo comum começa na segunda feira que segue o domingo após o dia 6 de janeiro e se estende até a terça feira antes da Quaresma. Retoma na segunda feira depois de Pentecostes e termina antes das Vésperas do l domingo do Advento. 
O tempo comum não significa uma ligação entre os momentos especiais do ano litúrgico, mas faz parte do mesmo com características próprias sendo marcado por maior aprofundamento sobre a vida cristã em seu conhecimento e pratica.
O tempo comum desenvolve o mistério pascal de modo progressivo e profundo e é o tempo em que a comunidade cristã aprofunda na fé o mistério pascal e sublinha as exigências morais da vida nova.

1  - AS LEITURAS DOMINICAIS NO TEMPO COMUM.

 – A liturgia é, antes de tudo, culto santificante, mas também contem rica instrução ao povo de Deus, para a qual é importante a leitura da Sagrada Escritura.  Por isso o Concilio Vaticano II estabeleceu que houvesse nas celebrações litúrgicas uma mais abundante, mais variada e mais adequada leitura da Bíblia. A recuperação da leitura da maior parte dos livros da Escritura acontece durante o tempo comum.

 – Como os domingos do Tempo comum não possuem característica própria, os textos do evangelho são dispostos em base ao principio da leitura semicontinua principalmente dos evangelhos sinóticos.O mesmo critério é utilizado na leitura das epistolas. Assim, as leituras do tempo comum não são um punhado de trechos, mas uma construção. Não é uma leitura acomodada por falta de imaginação, mas obedece a leis próprias

 – Com a distribuição concebida, obtém-se uma certa harmonia entre a apresentação narrativa de cada um dos três evangelhos e o desenvolvimento do ano litúrgico.

 – os trechos do Antigo Testamento foram escolhidos de modo a terem uma desejada referencia com os trechos do Evangelho. Procurou-se escolher  leituras breves e fáceis havendo também a preocupação de marcar muitos trechos importantes do Antigo Testamento.com uma ordem lógica para que pudessem ter uma referencia com o trecho do evangelho.

 – É feita também a leitura semi-contínua das epístolas de Paulo e de Tiago. (As de Pedro e João são lidas no Tempo Pascal e no Tempo natalino.)  A primeira Carta aos Corintios, por ser longa e da diversidade dos argumentos nela tratados foi distribuída nos três anos, no começo do Tempo comum. Da mesma forma dói fidivida a Carta aos Hebreus em duas partes uma para o ano B e outra para o Ano C.

2 -  A PASTORAL DO TEMPO COMUM.

- Nesse período deve ser lembrado e cultivado o sentido do domingo como Páscoa semanal e dia da assembléia.

-A leitura evangelhos sinóticos permite, através da homilia, uma profunda educação à fé, fundada na teologia das atividades históricas de Jesus, como é apresentada pela narrativa de cada evangelista.

- Os fieis devem ser levados a perceber, de domingo a domingo, a continuidade da narrativa evangélica e fazer com que aflore a  mensagem característica de cada evangelista ao apresentar o mistério de Cristo. A referencia ao texto do Antigo Testamento, cuja escolha é sempre determinada pelo trecho do evangelho, permite afirmar o principio de unidade e de continuidade entre o Antigo e o Novo Testamento, e também interpretar melhor o próprio texto do evangelho. . 

3 - AS SOLENIDADES DO SENHOR NO TEMPO COMUM.

-  SOLENIDADE DA SANTISSIMA TRINDADE  ( Domingo sucessivo a Pentecostes)
Como conceito elaborado pelas escolas teológicas, a devoção à Trindade remonta ao século X. A Celebração pode ser interpretada como um agradecido olhar retrospectivos sobre o cumprimento da salvação, mistério é realizado pelo Pai, através do Filho no Espírito Santo.
(esta solenidade não é conhecida pelos orientais).

- SOLENIDADE DO SANTISSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO. (Quinta feira depois da festa da SS Trindade).
Esta festa é produto da devoção eucarística medieval ocidental, tendo surgido para afirmar a presença real de Jesus na Eucaristia contra erros de heresias e foi estendida a toda Igreja pelo papa Urbano IV em 1264..

- SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇAO DE JESUS (Sexta feira depois do II domingo de Pentecostes).
O culto litúrgico ao Sagrado Coração de Jesus começou com São João Eudes ( 1601-1680). A tentativa de colocar a nova devoção na liturgia encontrou alguma resistência de natureza teológica. O Papa Clemente XIII aprovou um  formulário para a Missa e o oficio divino em 1765; Pio IX estendeu a festa para toda a Igreja em 185; Pio XI equiparou-a como grau litúrgico às solenidades de Natal e da Ascensão em 1928.

TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR ( 6  de agosto)
No segundo domingo da Quaresma existe uma referencia clara da Transfiguração do Senhor, mas não existe nessa ocasião uma festa propriamente dita. O texto do Evangelho é proclamado no contexto do caminho quaresmal de purificação.
As igrejas do Oriente celebraram de modo diferente e em datas distintas a festa da Transfiguração. Entre as datas encontra-se a de 6 de agosto desde tempos antigos. No Ocidente a festa se propagou no século XI. O Papa Calixto III, em 1457, estendeu para a igreja universal , depois da vitória contra os turcos em Belgrado, cuja noticia chegou em Roma justamente no dia 6 de agosto.

- SOLENIDADE DO NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO (Último domingo do Tempo comum).
Esta festa foi instituída pelo papa Pio XI, em 11 de dezembro de 1925. Na intenção do papa e na mentalidade da época que surgiu a festa revestia-se de um caráter fundamental social.
A reforma litúrgica mudou a data do ultimo domingo de outubro para o ultimo domingo do Tempo comum. Desse modo, deu à celebração um significado diferente, sublinhando a dimensão escatológica do reino da sua consumação final. Cristo aparece como centro e Senhor da historia, desde o inicio ate o seu momento sinal, (o Alfa e o Omega, o Primeiro e o Ultimo, o Principio e o Fim”. (Ap 22,12-13)..


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ENCONTRO – 6 – O ANO LITURGICO.
CICLO DO NATAL – AS FESTAS EPIFANICAS.


- A celebração da Epifania, estreitamente ligada ao Natal, nasceu no Oriente e é anterior a solenidade do Natal, surgida no Ocidente. .
- O termo grego epifania ou teofania significa autonotificação e referia-se à chegada de um rei ou um imperador. O mesmo termo servia para  indicar a aparição de uma divindade ou de sua intervenção prodigiosa. O latim traduz o mesmo termo grego por “advento”.

  1. EPIFANIA – HISTORIA.
- Lembramos que os pagãos celebravam, também no Oriente, principalmente no Egito, a festa do solstício do inverno mo dia 25 de dezembro e o aumento da luz no dia 6 de janeiro. Em Alexandria a noite entre 5 e 6 de janeiro era celebrada com uma grande festa em honra a  deusa Core quando a estatua nua da deusa era conduzida em procissão em meio ao som das flautas e muitas luzes. No dia 6 de janeiro, treze dias depois do dia 25 de dezembro, quando a luz era mais visível, os cristãos celebravam o nascimento de Cristo, verdadeira luz. 
- Já no século II, tem-se notificia de uma festa cristã, celebrada pelas seitas gnósticas, no dia 6 de janeiro, com a qual se comemorava o batismo de Jesus. (segundo a heresia gnostica, no batismo teria ocorrido a verdadeira manifestação e investidura divina de Jesus).
- À festa pagã do sol estavam ligadas também outras lendas mitológicas sobre o poder taumatúrgico (milagrosa) de certas águas e provavelmente por isso o objeto particular da Epifania concentrava como principal comemoração a do batismo de Jesus nas águas do Jordão, santificando assim todas as águas do mundo para a nossa regeneração .
- Na segunda metade do século IV surge a festa ortodoxa da Epifania que celebrava a vinda do Senhor, ou seja, o seu nascimento humano e sua perfeita encarnação. Antes do ano 386 a festa era celebrada na Antioquia e no Egito, tendo por objeto o batismo de Cristo e seu nascimento.
- Na Síria, até o ano 486  celebra-se no dia 6 de janeiro a festa da encarnação.
- Quando a celebração do Natal entrou no Oriente, o significado primitivo da Epifania, se tornou a festa do batismo de Jesus. Disso provém o uso de batizar nessa ocasião.
- No Ocidente se distinguiu claramente o objeto da celebração das duas festas: O Natal celebra o nascimento de Cristo (Encarnação) em meio a seu povo; a Epifania celebra a homenagem das nações. O termo epifania acentua, assim, o seu significado original de manifestação, revelação, autonotificação, entrada poderosa da notoriedade..

  1. EPIFANIA – LITURGIA DA PALAVRA.

- A primeira leitura ( Is 60, 1-6)  apresenta o profeta contemplando o espetáculo da cidade de Jerusalém que, por sua posição geográfica, fica toda iluminada ao surgir do sol; os vales ao redor, porém, permanecem nas trevas e envolto em neblina. Esse espetáculo é transportado pelo profeta para uma visão escatológica: Jerusalém está revestida de luz porque o Senhor chegou e sobre ela aparece a sua glória. Ela é o sinal da presença de Deus. 
Levando como presente ouro e incenso destinados ao sacrifício dos perfumes, os povos caminharão em direção a cidade santa, pois ela é o lugar da teofania e está iluminada pela presença de Deus.
- A Igreja le esse texto com outra profundidade, isto é, em sentido cristológico e eclesiológico. Cristo é a luz das nações e essa luz brilha no rosto da Igreja, difundida por toda terra. Onde quer que a Igreja se reúna em torno do altar da eucaristia, ela é sinal da presença do Senhor ressuscitado e da convocação universal dos povos que acolhem a salvação de Deus em Cristo. 
- Na segunda leitura (Ef 3,2-3a.5-6) Paulo, no plano salvifico da graça  anuncia a aos pagãos o evangelho. Esta missão é parte integrante da economia da salvação.   

- O Evangelho segundo |Mateus (2,1-12) narra a ida dos Magos a Belém para adorar o Messias nascido o que é o centro de toda liturgia da festa, não só a da palavra. Há uma preocupação de Mateus também de explicar a recusa de Cristo pelos judeus e o acesso aos pagãos à fé. 
- A outra grande preocupação do evangelista é anunciar o fato de que o menino adorado pelos Magos em Belém inaugura um reino universal. Mateus está interessado em apresentar o conteúdo da catolicidade do reino messiânico. 

  1. – FESTA DO BATISMO DO SENHOR.

- A festa do Batismo do Senhor faz parte das “festas epifanicas”, isto é das festas que celebram a manifestação do Senhor.
- Todos os evangelistas descrevem a missão de Cristo a partir do batismo no Jordão e revelam o profundo significado teológico desse batismo, quando Jesus inaugura a sua vida publica.
- O batismo de Jesus no Jordão significa a sua unção como servo amado do Pai e salvador do mundo.
- Com o batismo de Jesus termina o exílio de toda a humanidade e inicia a missão sacerdotal, profética e régia de Cristo.
- Jesus humilha-se ao pedir o batismo de João confundindo-se com os pecadores sendo ele inocente e santo, mas sua obediência e fidelidade ao Pai é causa da nossa salvação.

  1. – APRESENTAÇAO DO SENHOR.

- Esta festa também faz parte do ciclo litúrgico epifanico. Ela é uma festa do Senhor e por essa razão teve o nome alterado de “Festa da Purificação da Bem Aventurada Virgem Maria” como era celebrada antes da reforma do Concilio Vaticano II para “Apresentação do Senhor”.
- Na celebração, a Igreja recorda e se mistura com a alegria de Simeão ao contemplar Jesus: “Os meus olhos viram a tua salvação, que preparastes diante de todos os povos”. Também se vê simbolizada em Maria, que apresenta Jesus ao Pai.





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ENCONTRO  5 – O ANO LITURGICO.
CICLO DO NATAL - NATAL

- Depois da celebração anual do Mistério Pascal a Igreja não considera mais venerável do que comemorar o Natal do Senhor e suas primeiras manifestações, o que se realiza no Tempo do Natal.
- O Tempo do Natal vai das Primeiras Vésperas do Natal do Senhor ao domingo depois da Epifania ou ao domingos depois do dia 6 de janeiro inclusive.
- A missa da Vigília do Natal é celebrada à tarde do dia 24 de dezembro, antes ou depois das Primeiras Vésperas. No dia do Natal do Senhor, segundo antiga tradição romana, pode-se celebrar a missas três vezes, a saber, à noite, na aurora e durante o dia.
- Como celebração de solenidade (cf. encontro 2 – item 2.c observações) a comemoração do Natal tem missa própria para a Vigília e se prolonga por oito dias seguidos (oitavas). A oitava do Natal é organizada da seguinte forma:
a)      No domingo dentro da oitava, ou, em falta dele, no dia 30 de dezembro, celebra-se a festa da Sagrada Família.
b)      No dia 26 de dezembro, celebra-se a festa de Santo Estevão, protomártir.
c)      No dia 27 de dezembro, celebra-se a festa de São João, apostolo e evangelista.
d)      No dia 28 de dezembro, celebra-se a festa dos Santos Inocentes.
e)      Os dias 29,30 e 31 são dias dentro da oitava;
f)       No dia 1º de janeiro, oitavo dia do Natal, celebra-se a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, na qual se comemora também a imposição do Santíssimo Nome de Jesus.
g)      O domingo que ocorre entre os dias 2 e 6 de janeiro é o 2º domingo depois do Natal.
h)      A Epifania do Senhor é celebrada no dia 6 de janeiro, a não ser que seja transferida para o domingos entre os dias 2 e 8 de janeiro, nos lugares onde não for considerada dia santo de guarda.
i)        No domingo depois do dia 6 de janeiro, celebra-se a festa do Batismo do Senhor.

1. FESTA DO NATAL – HISTORIA.
- No inicio, as festas do Natal e da Epífania eram uma celebração com um único e idêntico objeto: a encarnação do Verbo, embora com diferentes matizes no Ocidente e no Oriente.No Oriente o mistério da encarnação era celebrado no dia 6 de janeiro, com o nome de Epifania; no Ocidente, isto é, em Roma o mistério era celebrado no dia 25 de dezembro, com o nome de Natalis Domini. A distinção entre as duas festas, com conteúdo diferente aconteceu entre o fim do século IV e o inicio do século V.
- A primeira noticia que temos da festa de Natal em Roma nos leva ao ano 336. Aí é fixada a festa do nascimento de Cristo em Belém da Judéia no dia 25 de dezembro. Na metade do século IV, conforme Santo Agostinho, na mesma data celebrava-se o Natal na África e segundo outras testemunhas, também no norte da Itália e na Espanha.
- Em 380 São Gregório Nazianzeno introduziu o Natal em Constantinopla. Por um sermão de São João Crisóstomo, presbítero em Antioquia, sabe-se que nessa cidade celebrava-se o Natal no dia 25 de dezembro em 386.
- A explicação mais provável para a escolha do dia 25 de dezembro é a de que a Igreja de Roma procurou suplantar a festa pagã do “Natalis solis invicti”, dedicada ao sol. O culto ao sol tornou-se símbolo da luta pagã contra o cristianismo. A principal festa desse culto era celebrada no solstício de inverno no dia 25 de dezembro, porque representava a vitória anual do sol sobre as trevas. Para afastar os fiéis dessa celebração, a Igreja de Roma deu um significado novo apresentando aos cristãos o nascimento do verdadeiro sol, Cristo, que apareceu no mundo depois da longa noite do pecado. Saliente-se que a escolha seguiu uma temática bíblica (cf Mt 4,2; Lc 1,78; Ef 5,8-124).

2. FESTA DO NATAL – Liturgia da Palavra.
- Enquanto o Advento na economia do ano litúrgico constitui o tempo da expectativa, da promessa e da esperança, o tempo do Natal, ao contrario, constitui o tempo da atuação, inicial, mas decisiva, das promessas feitas.
- Com a celebração da Missa vespertina (somente a vespertina) na vigília, fecha-se o Advento e entra-se na celebração do mistério do Natal.
- É muito rica em seu conteúdo toda a Liturgia da Palavra, tanto da Missa Verspertina da vigília do Natal quanto as leituras próprias das Missas do Natal. Os trechos de Isaias que falam da reconstrução e do tempo  messiânico; do Atos dos Apóstolos (na missa vespertina da vigília) fala do inicio da atividade apostólica de Paulo; O ensinamento do apostolo Paulo que coloca a base teológica no comportamento moral do cristão com o evento da encarnação; o texto da carta aos Hebreus, que dá um quadro sintético da historia da salvação; Os textos do Evangelho que anunciam a salvação.

3. FESTA DO NATAL - TEOLOGIA DA CELEBRAÇAO.
- A realidade celebrada na solenidade do Natal, a “vinda” do filho de Deus na carne, embora deva ser considerada na totalidade do mistério de Cristo, presente sacramentalmente na Igreja, concretiza-se expressamente no nascimento de Jesus através de Maria.
- A celebração comemorativa do nascimento do Senhor, da memória do acontecimento  não para no fato histórico mas dele vai ao seu verdadeiro fundamento, o mistério da encarnação. O mistério da salvação, mediante o qual é dada ao homem a graça da reconciliação, continua operante na Igreja mediante a celebração litúrgica.
- Para compreender melhor as solenidades do Natal é preciso ter presente o sentido original da celebração chamada “manifestação do Senhor na carne”. O Natal torna-se ocasião propicia e única para afirmar e defender a fé da Igreja no mistério da encarnação, contra toda interpretação errônea, gnóstica, ariana, docetista, maniquéia, monofisista. Em confronto com toda cultura helenística gnóstica, que não admitia Deus na historia numa carne realmente humana, João afirma que “o Verbo se fez carne”, isto é, assumiu esta nossa concreta natureza humana, débil e fraca.

4. A ESPIRITUALIDADE DO NATAL.
- A graça própria da celebração do Natal é a da nossa adoção divina. A novidade trazida pelo mistério opõe-se a antiga escravidão. A encarnação do Verbo traz a libertação para uma humanidade escrava do pecado e em poder da morte. 
- O mistério do Natal não nos oferece somente um modelo para imitar a humildade e pobreza do Senhor que está deitado na manjedoura, mas nos da a graça de sermos semelhantes a ele. A manifestação do Senhor conduz o homem à participação da vida divina. Assim, a verdadeira espiritualidade do Natal não consiste na imitação de  Cristo “do lado de fora”, mas “viver Cristo que está em nós” e manifestá-lo com a vida no seu mistério de virgindade, obediência, pobreza e humildade.










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ENCONTRO 4 – O ANO LITURGICO.
CICLO DO NATAL - O ADVENTO.

1. – O tempo do Advento.
- O Tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o Tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa.
- O Tempo do Advento começa com as Primeiras Vésperas do domingo que cai no dia 30 de novembro ou no domingo que lhe fica mais próximo, terminando antes das Primeiras Vésperas do Natal do Senhor.
-          Os domingos deste tempo são chamados 1º, 2º, 3º e 4º domingos do Advento.
-          Os dias de semana entre 17 e 24 de dezembro visam de modo mais direto a preparação do Natal do Senhor.
1.a – O Tempo do Advento – Historia.
- As noticias sobre a verdadeira origem do Tempo do Advento são poucas.
O Advento é próprio do Ocidente. Desde o século IV na Gália e na Espanha já se encontrava um período preparatório para o Natal com duração de seis semanas e com forte caráter ascético provavelmente pelo fato de ser um tempo  de preparação dos catecúmenos para o batismo. No Oriente permanece quase ignorado um período de preparação do Natal.
- Muito se discutiu sobre o significado originário do Advento, alguns optando pela tese do Advento-Natal, outros pelo Advento-Parusia. Durante os trabalhos da reforma litúrgica ficou determinado conservar quatro domingos e unir os dois aspectos, o escatológico e o natalino, pois a Igreja não pode celebrar a liturgia ignorando a sua essencial dimensão escatológica.

1.b – O Tempo do Advento – Liturgia da Palavra.
- Cada uma das missas dominicais propõe: um anúncio profético tomado normalmente do livro de Isaias; um ensinamento apostólico de tipo moral tirado das cartas de São Paulo; e enfim um discurso ou uma narração do evangelho.
- O conteúdo das leituras, especialmente do evangelho, focaliza para os domingos um tema especifico, em cada um dos três ciclos litúrgicos: a vigilância na espera de Cristo (1º domingo); um urgente convite à conversão, contido na pregação de João Batista (2º domingo); o testemunho dado a Jesus pelo seu precursor (3º domingo); o anuncio do nascimento de Jesus a Jose e Maria (4º domingo) .
- Seria muito interessante uma observação global das leituras bíblicas, tanto dos domingos quanto das leituras feriais, pois além dos aspectos citados no parágrafo anterior, há de se perceber o duplo caráter do Avento, que celebra a espera do Salvador na glória e a sua vinda na carne; orientando para a parusia final; chamando a nossa atenção para a vida cotidiana do Senhor; apresentando os sinais e as características do reino messiânico e as condições para nele entrar e preparando-os para a natividade de Cristo, ao mesmo tempo fazendo dela a teologia e a historia.

1.c – O tempo do Advento – Personagens -.
- Algumas figuras bíblicas são personagens centrais durante o tempo do Advento:
   - Isaias – No livro deste profeta encontra-se, mais do que nos outros, grande sinal de esperança que serviu de conforto para o povo, sobretudo no exílio. A segunda parte do livro, chamado “Livro da consolação”, contém um alegre anuncio da libertação e as partes mais significativas deste livro são proclamadas durante o Advento.
   - João Batista – É o ultimo dos profetas e resume na sua pessoa e palavra toda a historia precedente. João é sinal da intervenção de Deus em favor do seu povo e tem a missão de preparar os caminhos do Senhor oferecendo a Israel o conhecimento da salvação. Acém de tudo é aquele que indica Cristo já presente no meio do seu povo. 
    - Nossa Senhora – No Advento destaca-se a relação a cooperação de Maria no Mistério da Redenção. O Filho de Deus não desce do céu com um corpo adulto, plasmado diretamente pela mão de Deus, mas entra no mundo como “nascido de mulher”.
    - São José – Dos textos bíblicos do Advento natalino emerge a figura de Jose no momento mais significativo de sua missão de pai legal de Jesus. Surge de forma humilde, mas, ele é “homem justo”. (cf Mt 1,19). Sua fé é modelo de fé para qualquer homem que queira entrar em diálogo e em comunhão com Deus.

1.d – O tempo do Advento – Teologia e Espiritualidade do Advento.

- O tempo do advento contém um rico conteúdo teológico: considera todo o mistério da vinda do Senhor na historia até a sua conclusão fundindo os mistérios em admirável unidade. 
- O Advento recorda a dimensão histórica da salvação. O Deus da Bíblia é o Deus da criação, o Deus da historia, o Deus da promessa e da aliança. Deus age nos acontecimentos de sentido salvífico e se deixa encontrar como salvador. No agir de Deus o tempo torna-se ação da Sua Graça. (como Sacramento). Com Jesus o tempo chega à sua plenitude (cf Gl 4,4) e o Reino torna-se próximo. (Cf Mc 1,15)
- O tempo do Advento também evidencia a dimensão escatológica do mistério cristão. A perspectiva individual e estática das últimas coisas (morte, juízo, inferno, paraíso) passa para uma visão escatológica e dinâmica que vê a historia como lugar do agir das promessas de Deus e direciona para o seu cumprimento no “Dia do Senhor” considerando a salvação como uma consumação dos séculos.
- O Advento traz também uma conotação missionária. O tempo da Igreja é um momento da atuação com o anuncio do Reino até que se manifeste a glória de Cristo. A missão da Igreja está fundada no mistério da participação e continuação da missão do Filho, que foi enviado pelo Pai, e na missão do Espírito, enviado pelo Pai e através do Filho. A Igreja, “sacramento universal de salvação” (LG 28), não vive para si, mas para o mundo.
- Os textos do profeta Isaias apresentam-nos o “Deus da libertação”. O Deus do Advento é aquele que aterra os vales, aplaina as montanhas, faz com o que o deserto refloresça, coloca juntos o leão e o cordeiro, transforma as armas em foices.
- Toda a liturgia do Advento é apelo para ser viver alguns comportamentos essenciais do cristão: a expectativa vigilante e alegre, a esperança, a conversão, a pobreza. A esperança da Igreja é a mesma esperança de Israel, mas já realizada em Cristo. O advento é tempo de expectativa alegre porque aquilo que se espera certamente acontecerá. Deus é fiel.