LITURGIA
FESTA NA IGREJA.
ENCONTRO
10 – O ANO LITURGICO.
CICLO
DA PASCOA – O TEMPO PASCAL.
Desde
o século VIII até a reforma litúrgica no concilio Vaticano II, com o nome de
Tempo Pascal indicava-se o espaço de tempo vai desde a festa da Páscoa até o
sábado da oitava de Pentecostes.
Antes
do Êxodo, os judeus comemoravam o Pentecostes como festa da colheita (cf Ex
23,14ss). Depois do Êxodo a festa perdeu o caráter naturalista para tornar-se
festa memorial do evento salvífico da aliança no Sinai. No tempo de Jesus a festa dos cinquenta dias
após a Páscoa era ainda celebrada no judaísmo oficial como festa da colheita,
mas já havia tomado em alguns círculos religiosos o sentido de comemoração da
teofania do Sinai.
É
provável que a Igreja primitiva tenha se inspirado no costume hebraico ao
celebrar os cinqüenta dias pascais.
Desde
o começo a festa cristã de Pentecostes teve o seu significado original e
preciso. Segundo o texto do capitulo dois de Atos a festa foi marcada pela
efusão do Espírito Santo e pela vocação da nova comunidade do
Crucificado-Ressuscitado.
1
– O Tempo pascal na reforma do ano litúrgico.
1.a
– Os cinqüenta dias que vão desde o domingo da ressurreição até o domingo de
Pentecostes, são celebrados no jubilo e na alegria, como um único dia de festa,
ou melhor, como o “grande domingo”. São os dias nos quais, de modo todo
especial, canta-se o Aleluia.
1.b
– Os domingos desse tempo são considerados como domingos de Páscoa e depois do
domingo da Ressurreição, são chamados de II, III, IV, V, VI e VII domingos de
Páscoa. Este tempo sagrado dos cinqüenta dias conclui-se com o domingo de
Pentecostes.
1.c
– Os primeiros oito dias do tempo pascal constituem a oitava da Páscoa e são
celebrados como solenidades do Senhor.
1.d
– A Ascensão do Senhor é celebrado no quadragésimo dia após a Páscoa, salvo nos
lugares em que não é de preceito, onde será transferido para o VII domingo da
Páscoa.
Os
dias após a Ascensão até o sábado antes do Pentecostes preparam a vinda do
Espírito Santo.
2
– O significado da celebração dos cinqüenta dias pascais.
2.a
– A Igreja nasce no ato do sacrifício pascal de Cristo, mas somente cinqüenta
dias após a ressurreição o Espírito Santo é dado à primeira comunidade cristã
reunida em assembléia.
2.b
– Para os apóstolos, chamados a serem fundamento da Igreja, esse tempo é importante.
Para poderem responder a sua vocação, eles tiveram que percorrer um itinerário
de vida de fé adquirindo plena consciência do novo modo da presença de Jesus
ressuscitado no meio deles e para compreender o Reino que mesmo não sendo deste
mundo, deve ser construído no mundo.
2.c
– durante os cinqüenta dias Jesus educou os apóstolos com varias aparições,
para que compreendessem os novos sinais da sua ação no mundo. Há uma nova
pratica no exercício da fé e são tentados à incredulidade, até o dia em que serão
investidos com a força do Espírito. A partir de então testemunham diante do
mundo a fidelidade ao evangelho, inclusive com o próprio sangue.
2.d
– Também para nós este tempo deve constituir um tempo de aprofundamento da fé e
dos sinais da fé.
2.e
– O Tempo pascal deve ser valorizado de forma responsável sob o ponto de vista
espiritual e pastoral. “É um tempo diferente dos outros, como um dia celeste,
um dia de eternidade, inserido na trama do tempo terreno. Durante este dia celeste (cuja duração é de cinqüenta
dias terrenos), a Igreja faz a experiência, nos limites do possível , da vida
eterna, da vida glorificada, na qual penetrou o homem chamado Jesus,
conservando escancarada a sua porta”. (Ruillard).
2.f
– A liturgia do Tempo pascal introduz toda a comunidade cristã num conhecimento
mais pleno do mistério de Cristo e da Igreja, nascida da Páscoa, através da
proclamação dos textos bíblicos que nos trazem a experiência vivida pela
primeira geração cristã guiada pelos apóstolos.
3
– A celebração do mistério da Ascensão.
3.a
- Desde a segunda metade do século IV, no quadragésimo dia depois da Páscoa,
celebrou-se a festa da Ascensão, transferida agora para o VII domingo da
Páscoa. Embora Santo Agostinho (+ depois do ano 394) mencione como uma festa
celebrada por todas as cidades, dando a entender que a instituição remonte aos
próprios apóstolos ou um decreto de algum sínodo, nenhum outro escritor, antes
do século IV, menciona essa festa. A festa litúrgica surgiu provavelmente na
segunda metade do século IV, porque no século V já estava largamente difundida.
3.b
– a nossa fé não deve pensar tanto na Ascensão como acontecimento localizado em
determinado espaço no tempo. Não devemos fantasiar com as imagens através da
quais os textos da Escritura oriundos de um contexto de cultura diferente da
nossa nos transmitem de salvação (por exemplo: “sentar-se à direita de Deus”),
mas devemos acolher no plano da fé a dimensão da realidade cósmica e sacerdotal
da ressurreição.
3.c
– Cristo que sobe ao céu é o Jesus ressuscitado que vive de maneira nova e
diferente, a fim de que sua humanidade, assim compreendido o seu corpo,
totalmente vivificada pelo Espírito Santo possa agir em nos, em toda a Igreja,
no mundo e em todos os tempos como único instrumento de salvação.
3.d
– O mistério da Ascensão esta intimamente ligado à inauguração da missão da
Igreja. A comunidade dos fieis é um sinal do poder de Deus manifestado em Jesus
Cristo. Cristo, chefe e senhor da Igreja está unido de maneira única ao
mistério de Deus e por isso ela pode estar presente em todo o lugar. O mesmo
Jesus do mistério da Ascensão e cabeça da Igreja.
3.e
– Com a Ascensão cessa a experiência da presença sensível de Jesus em nosso
meio e começa o tempo da presença invisível de Jesus no Espírito, através do
sinal visível do seu corpo, que é a Igreja. “Eu já não estou no mundo; eles
permanecem no mundo, enquanto eu vou para junto de ti”. (Jo 17,11)
Nenhum comentário:
Postar um comentário