CURSO
LITURGIA
ENCONTRO
– 6 – O ANO LITURGICO.
CICLO
DO NATAL – AS FESTAS EPIFANICAS.
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A celebração da Epifania, estreitamente ligada ao Natal, nasceu no Oriente e é
anterior a solenidade do Natal, surgida no Ocidente. .
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O termo grego epifania ou teofania significa autonotificação e referia-se à
chegada de um rei ou um imperador. O mesmo termo servia para indicar a aparição de uma divindade ou de sua
intervenção prodigiosa. O latim traduz o mesmo termo grego por “advento”.
- EPIFANIA –
HISTORIA.
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Lembramos que os pagãos celebravam, também no Oriente, principalmente no Egito,
a festa do solstício do inverno mo dia 25 de dezembro e o aumento da luz no dia
6 de janeiro. Em Alexandria a noite entre 5 e 6 de janeiro era celebrada com
uma grande festa em honra a deusa Core
quando a estatua nua da deusa era conduzida em procissão em meio ao som das
flautas e muitas luzes. No dia 6 de janeiro, treze dias depois do dia 25 de
dezembro, quando a luz era mais visível, os cristãos celebravam o nascimento de
Cristo, verdadeira luz.
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Já no século II, tem-se notificia de uma festa cristã, celebrada pelas seitas
gnósticas, no dia 6 de janeiro, com a qual se comemorava o batismo de Jesus.
(segundo a heresia gnostica, no batismo teria ocorrido a verdadeira
manifestação e investidura divina de Jesus).
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À festa pagã do sol estavam ligadas também outras lendas mitológicas sobre o
poder taumatúrgico (milagrosa) de certas águas e provavelmente por isso o
objeto particular da Epifania concentrava como principal comemoração a do
batismo de Jesus nas águas do Jordão, santificando assim todas as águas do
mundo para a nossa regeneração .
- Na segunda metade do
século IV surge a festa ortodoxa da Epifania que celebrava a vinda do Senhor,
ou seja, o seu nascimento humano e sua perfeita encarnação. Antes do ano 386 a
festa era celebrada na Antioquia e no Egito, tendo por objeto o batismo de
Cristo e seu nascimento.
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Na Síria, até o ano 486 celebra-se no
dia 6 de janeiro a festa da encarnação.
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Quando a celebração do Natal entrou no Oriente, o significado primitivo da
Epifania, se tornou a festa do batismo de Jesus. Disso provém o uso de batizar
nessa ocasião.
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No Ocidente se distinguiu claramente o objeto da celebração das duas festas: O
Natal celebra o nascimento de Cristo (Encarnação) em meio a seu povo; a
Epifania celebra a homenagem das nações. O termo epifania acentua, assim, o seu
significado original de manifestação, revelação, autonotificação, entrada
poderosa da notoriedade..
- EPIFANIA –
LITURGIA DA PALAVRA.
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A primeira leitura ( Is 60, 1-6)
apresenta o profeta contemplando o espetáculo da cidade de Jerusalém
que, por sua posição geográfica, fica toda iluminada ao surgir do sol; os vales
ao redor, porém, permanecem nas trevas e envolto em neblina. Esse espetáculo é
transportado pelo profeta para uma visão escatológica: Jerusalém está revestida
de luz porque o Senhor chegou e sobre ela aparece a sua glória. Ela é o sinal
da presença de Deus.
Levando
como presente ouro e incenso destinados ao sacrifício dos perfumes, os povos
caminharão em direção a cidade santa, pois ela é o lugar da teofania e está
iluminada pela presença de Deus.
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A Igreja le esse texto com outra profundidade, isto é, em sentido cristológico
e eclesiológico. Cristo é a luz das nações e essa luz brilha no rosto da
Igreja, difundida por toda terra. Onde quer que a Igreja se reúna em torno do
altar da eucaristia, ela é sinal da presença do Senhor ressuscitado e da
convocação universal dos povos que acolhem a salvação de Deus em Cristo.
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Na segunda leitura (Ef 3,2-3a.5-6) Paulo, no plano salvifico da
graça anuncia a aos pagãos o evangelho.
Esta missão é parte integrante da economia da salvação.
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O Evangelho segundo |Mateus (2,1-12) narra a ida dos Magos a Belém para adorar
o Messias nascido o que é o centro de toda liturgia da festa, não só a da
palavra. Há uma preocupação de Mateus também de explicar a recusa de Cristo
pelos judeus e o acesso aos pagãos à fé.
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A outra grande preocupação do evangelista é anunciar o fato de que o menino
adorado pelos Magos em Belém inaugura um reino universal. Mateus está
interessado em apresentar o conteúdo da catolicidade do reino messiânico.
- – FESTA DO
BATISMO DO SENHOR.
- A festa do Batismo do
Senhor faz parte das “festas epifanicas”, isto é das festas que celebram a
manifestação do Senhor.
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Todos os evangelistas descrevem a missão de Cristo a partir do batismo no
Jordão e revelam o profundo significado teológico desse batismo, quando Jesus
inaugura a sua vida publica.
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O batismo de Jesus no Jordão significa a sua unção como servo amado do Pai e
salvador do mundo.
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Com o batismo de Jesus termina o exílio de toda a humanidade e inicia a missão
sacerdotal, profética e régia de Cristo.
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Jesus humilha-se ao pedir o batismo de João confundindo-se com os pecadores
sendo ele inocente e santo, mas sua obediência e fidelidade ao Pai é causa da
nossa salvação.
- – APRESENTAÇAO DO
SENHOR.
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Esta festa também faz parte do ciclo litúrgico epifanico. Ela é uma festa do
Senhor e por essa razão teve o nome alterado de “Festa da Purificação da Bem
Aventurada Virgem Maria” como era celebrada antes da reforma do Concilio
Vaticano II para “Apresentação do Senhor”.
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Na celebração, a Igreja recorda e se mistura com a alegria de Simeão ao
contemplar Jesus: “Os meus olhos viram a tua salvação, que preparastes diante
de todos os povos”. Também se vê simbolizada em Maria, que apresenta Jesus ao
Pai.
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