quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

CURSO LITURGIA

 


ENCONTRO 1 – O CULTO E OS RITOS.

A ESPIRITUALIDADE LITURGICA E O ANO LITURGICO.

- É comum ouvirmos ou lermos pensamento de grande parte de intelectuais que falam de Deus, mas criticam as religiões e os cultos religiosos, dando a entender que os ritos parecem querer sujeitar a Pessoa Divina para suas formas de manifestação.e as religiões querem, cada qual apresentar um Deus segundo seu modo de ver.
Para nós, qual é o sentido do culto à Deus? Será que Deus aprecia os rituais em Sua homenagem? Quem pode recordar textos bíblicos que falam a respeito do assunto?

1 – A espiritualidade.

- A Constituição “Sacrosanctum Concilium“ afirma que, de fato, a liturgia impele os fieis para que, saciados dos ‘sacramentos pascais’, sejam concordes na piedade; reza para que conservem em suas vidas o que receberam na fé; a renovação da aliança do Senhor com os homens na eucaristia solicita e estimula os fiéis à caridade imperiosa de Cristo. Da liturgia, portanto, mas da eucaristia principalmente, como de uma fonte, deriva para nos a graça e, com maior eficácia, é obtida a santificação dos homens em Cristo e a glorificação de Deus, para a qual tendem as demais obras da Igreja. (Cf. SC 10 e 14).

- Todo o batizado, inserido no mistério pascal de Cristo, deve viver sempre mais intensamente aquilo que é graça mediante o exercício da fé, da esperança e sobretudo da caridade. - A espiritualidade é o progressivo crescimento na perfeição  daquilo que se é e se faz pela graça de adoção. Assim toda espiritualidade autentica tende para a perfeição do ser cristão, nascido com o batismo da fé na graça santificante, e do agir cristão, principalmente através da caridade.

2 – A espiritualidade litúrgica –

- Quando se fala da espiritualidade litúrgica quer se dizer que tanto na celebração sacramental como fora dela, tudo o que constitui o autentico viver cristão é determinado pela própria liturgia, de tal maneira que esta influa em toda a vida do cristão levando-o a uma tendência de perfeição e santidade.

- A espiritualidade litúrgica não se limita ao momento celebrativo, mas se difunde em toda a vida. De fato: “a vida espiritual não se esgota na participação da liturgia (SC 12)

- A celebração litúrgica tem que levar em conta o modo concreto histórico-sacramental com que Deus quis revelar-se a mós e auto comunicar-se conosco em Cristo, portanto não é celebrada de forma arbitrária, mesmo com a justificativa de que celebrada de tal e tal forma signifique um aumento da espiritualidade do participante. Não é sempre que o êxtase signifique maior espiritualidade. O Concilio Vaticano II afirma que os “piedosos exercícios” do povo cristão “devem ser organizados de tal maneira que condigam com a sagrada liturgia, dela de alguma forma derivem e para ela se encaminhe o povo, pois ela, por sua natureza, em muito os supera.” (SC 13).

- Sem nenhuma critica destrutiva ou desejar provocar celeuma, poderíamos recordar algum ponto ou de alguma celebração exagerada que foge a esta recomendação do Concilio? Porque estes exageros acontecem?


3 – O caminho a ser buscado.

- O ensinamento do Concilio Vaticano II permite a conclusão de que todo tipo de espiritualidade tem como alma a liturgia. Todo o esforço da reforma litúrgica na Constituição Sacrosanctum Concilium  tende para essa finalidade de certa forma para tentar superar uma pratica secular que buscou formar os devotos para a oração, ascese, caridade em um caminho paralelo ao da liturgia, como se fazer oração ou recitar o oficio fossem duas atividades bem distintas.

- A participação plena, consciente e ativa nas celebrações litúrgicas, além de ser requerida pela natureza da liturgia como direito e dever dos batizados, é motivada pelo fato de que “a liturgia é a primeira e indispensável fonte da qual os fieis podem haurir o genuíno espírito cristão”. (SC 14). Adquirir uma formação litúrgica da vida espiritual, com competente orientação, para que se possa entender as cerimônias sacras e delas participar de todo o coração, tanto pela própria celebração dos mistérios sagrados quanto pelos outros exercícios de piedade, imbuídos do espírito litúrgico (Cf  SC 17) não é obrigação exclusiva dos clérigos mas de todo o cristão. 

- O Concilio Vaticano II reconduziu a liturgia como autentica interpretação de fé, como atuação do mistério de Cristo na historia da salvação e manifestação da autentica natureza da Igreja. Se participarmos dela e vivermos em razão do que ela é, tornar-se-á uma grande escola para superarmos o individualismo e o subjetivismo. 

4 – A espiritualidade no ano litúrgico.

- Falar dessa espiritualidade significa impostar o caminho da perfeição cristã na vivencia da graça própria de cada aspecto do mistério  de Cristo, presente e operante nas diversas festas e nos diversos tempos litúrgicos. O ano litúrgico é o prolongamento temporal e especial do próprio ato salvífico de Cristo, iniciado na terra, agora continuado junto ao Pai e tornado eficaz na Igreja, por meio da Igreja e em favor da Igreja.

- Uma espiritualidade litúrgica que se limitasse apenas a meditação dos textos bíblicos e eucológicos, sem viver o evento salvifico mediante a sua completa estrutura celebrativa feita de sinais e palavra seria no mínimo deficiente. A liturgia é ação.

- O ritual, os gestos, as oferendas, devem representar sinais claros da celebração para a comunidade e devem ser esclarecidos, sempre que possível, pois a cerimônia cristã não é dotada de sinais como que cabalísticos cuja interpretação é do conhecimento exclusivo dos lideres e mestres. A celebração litúrgica é mistério por si mesma, pois o Espírito Santo interage com aqueles que celebram e assim cada gesto, cada vaso sagrado, cada símbolo ou sinal deve ser do conhecimento da comunidade que celebra, e mesmo que não se consiga guardar o nome de cada objeto é preciso saber o que ele representa.
- É claro que desejar explicar para a comunidade durante a celebração o que cadao cada sinal ou objeto representa é difícil , mas cada membro atuante da comunidade deve fazer o possível para passar o recado adiante.
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