CURSO LITURGIA
ENCONTRO
1 – O CULTO E OS RITOS.
A
ESPIRITUALIDADE LITURGICA E O ANO LITURGICO.
- É comum ouvirmos ou lermos pensamento de grande
parte de intelectuais que falam de Deus, mas criticam as religiões e os cultos
religiosos, dando a entender que os ritos parecem querer sujeitar a Pessoa
Divina para suas formas de manifestação.e as religiões querem, cada qual
apresentar um Deus segundo seu modo de ver.
Para nós, qual é o sentido do culto à Deus? Será que
Deus aprecia os rituais em Sua homenagem? Quem pode recordar textos bíblicos
que falam a respeito do assunto?
1 – A espiritualidade.
- A Constituição “Sacrosanctum Concilium“
afirma que, de fato, a liturgia impele os fieis para que, saciados dos
‘sacramentos pascais’, sejam concordes na piedade; reza para que conservem em
suas vidas o que receberam na fé; a renovação da aliança do Senhor com os
homens na eucaristia solicita e estimula os fiéis à caridade imperiosa de
Cristo. Da liturgia, portanto, mas da eucaristia principalmente, como de uma
fonte, deriva para nos a graça e, com maior eficácia, é obtida a santificação
dos homens em Cristo e a glorificação de Deus, para a qual tendem as demais
obras da Igreja. (Cf. SC 10 e 14).
-
Todo o batizado, inserido no mistério pascal de Cristo, deve viver sempre mais
intensamente aquilo que é graça mediante o exercício da fé, da esperança e
sobretudo da caridade. - A espiritualidade é o progressivo crescimento na
perfeição daquilo que se é e se faz pela
graça de adoção. Assim toda espiritualidade autentica tende para a perfeição do
ser cristão, nascido com o batismo da fé na graça santificante, e do agir
cristão, principalmente através da caridade.
2 –
A espiritualidade litúrgica –
- Quando se fala da espiritualidade litúrgica quer
se dizer que tanto na celebração sacramental como fora dela, tudo o que
constitui o autentico viver cristão é determinado pela própria liturgia, de tal
maneira que esta influa em toda a vida do cristão levando-o a uma tendência de
perfeição e santidade.
- A espiritualidade litúrgica não se limita ao
momento celebrativo, mas se difunde em toda a vida. De fato: “a vida espiritual
não se esgota na participação da liturgia (SC 12)
- A celebração litúrgica tem que levar em conta o
modo concreto histórico-sacramental com que Deus quis revelar-se a mós e auto
comunicar-se conosco em Cristo, portanto não é celebrada de forma arbitrária,
mesmo com a justificativa de que celebrada de tal e tal forma signifique um
aumento da espiritualidade do participante. Não é sempre que o êxtase
signifique maior espiritualidade. O Concilio Vaticano II afirma que os
“piedosos exercícios” do povo cristão “devem ser organizados de tal maneira que
condigam com a sagrada liturgia, dela de alguma forma derivem e para ela se
encaminhe o povo, pois ela, por sua natureza, em muito os supera.” (SC 13).
- Sem nenhuma critica destrutiva ou desejar provocar
celeuma, poderíamos recordar algum ponto ou de alguma celebração exagerada que
foge a esta recomendação do Concilio? Porque estes exageros acontecem?
3 – O caminho a ser buscado.
- O ensinamento do Concilio Vaticano II permite a
conclusão de que todo tipo de espiritualidade tem como alma a liturgia. Todo o
esforço da reforma litúrgica na Constituição Sacrosanctum Concilium tende para essa finalidade de certa forma
para tentar superar uma pratica secular que buscou formar os devotos para a
oração, ascese, caridade em um caminho paralelo ao da liturgia, como se fazer
oração ou recitar o oficio fossem duas atividades bem distintas.
-
A participação plena, consciente e ativa nas celebrações litúrgicas, além de
ser requerida pela natureza da liturgia como direito e dever dos batizados, é
motivada pelo fato de que “a liturgia é a primeira e indispensável fonte da
qual os fieis podem haurir o genuíno espírito cristão”. (SC 14). Adquirir uma
formação litúrgica da vida espiritual, com competente orientação, para que se
possa entender as cerimônias sacras e delas participar de todo o coração, tanto
pela própria celebração dos mistérios sagrados quanto pelos outros exercícios
de piedade, imbuídos do espírito litúrgico (Cf
SC 17) não é obrigação exclusiva dos clérigos mas de todo o cristão.
- O Concilio Vaticano II reconduziu a liturgia como
autentica interpretação de fé, como atuação do mistério de Cristo na historia
da salvação e manifestação da autentica natureza da Igreja. Se participarmos
dela e vivermos em razão do que ela é, tornar-se-á uma grande escola para
superarmos o individualismo e o subjetivismo.
4 – A espiritualidade no ano litúrgico.
- Falar dessa espiritualidade significa impostar o
caminho da perfeição cristã na vivencia da graça própria de cada aspecto do
mistério de Cristo, presente e operante
nas diversas festas e nos diversos tempos litúrgicos. O ano litúrgico é o
prolongamento temporal e especial do próprio ato salvífico de Cristo, iniciado
na terra, agora continuado junto ao Pai e tornado eficaz na Igreja, por meio da
Igreja e em favor da Igreja.
- Uma espiritualidade litúrgica que se limitasse
apenas a meditação dos textos bíblicos e eucológicos, sem viver o evento
salvifico mediante a sua completa estrutura celebrativa feita de sinais e
palavra seria no mínimo deficiente. A liturgia é ação.
- O ritual, os gestos, as oferendas, devem
representar sinais claros da celebração para a comunidade e devem ser
esclarecidos, sempre que possível, pois a cerimônia cristã não é dotada de
sinais como que cabalísticos cuja interpretação é do conhecimento exclusivo dos
lideres e mestres. A celebração litúrgica é mistério por si mesma, pois o
Espírito Santo interage com aqueles que celebram e assim cada gesto, cada vaso
sagrado, cada símbolo ou sinal deve ser do conhecimento da comunidade que
celebra, e mesmo que não se consiga guardar o nome de cada objeto é preciso
saber o que ele representa.
- É claro que desejar explicar para a comunidade
durante a celebração o que cadao cada sinal ou objeto representa é difícil ,
mas cada membro atuante da comunidade deve fazer o possível para passar o
recado adiante.
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