quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

CURSO BIBLICO 
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ENCONTRO 11 – O ANO LITURGICO.

CICLO DA PASCOA – O PENTECOSTES.


O desenvolvimento litúrgico do domingo de Pentecostes, que lhe acentuou a autonomia, começou no inicio do século IV, quando surgiu o uso de reservar à vigília noturna desta solenidade  o conferimento do Batismo àqueles que não puderam recebê-lo na noite de Páscoa.
O domingo de Pentecostes conclui o tempo pascal e na revisão dos textos, tanto bíblicos como eucológicos, da celebração ocorrido durante a reforma litúrgica, acentuou-se uma temática que evidencia o evento salvifico da efusão do Espírito Santo, substituindo a temática genérica sobre o Espírito Santo, utilizada até então.

1 – O ESPIRITO SANTO.

1.a – “Não vos afasteis de Jerusalém, mas esperai a realização da promessa do Pai, que ouvistes de meus lábios” (At 1,4) – Obedecendo à ordem recebida, reuniram-se os apóstolos em oração. Foi a primeira novena de Pentecostes.
1.b – É em sintonia com a  Igreja primitiva que voltamos a mente e o coração para o Espírito Santo num desejo de melhor conhecê-lo e amá-lo.
1.c – Segundo o sentido latino a palavra espírito significa hálito, respiração, sopro vital. Assim como no homem a respiração é a manifestação da vida, em Deus o Espírito Santo é a expressão, a efusão da vida e do amor do Pai e do filho.
1.d – A Igreja invoca o Espírito Santo para que venha acender no coração de seus filhos a chama da caridade.
1.e – Embora de modo velado, já o Antigo Testamento fala do Espírito Santo, e desde o principio o Espírito Santo está no mundo, mas a revelação explicita do Espírito Santo e de sua efusão sobre todo o povo de Deus é reservada ao Novo Testamento. É o próprio Jesus que o anuncia: “O Paráclito que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito de Verdade que procede do Pai, dará testemunho de mim”. (Jo 15, 26).
1.f – O Espírito continua a obra do Redentor e dá testemunho dele, iluminando  anteriormente os apóstolos e a todos os fieis sobre o mistério de Cristo.
1.g – O Espírito Santo tem também a missão particular de santificar os fiéis no amor e na verdade: “O Amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo” diz São Paulo (Rm 5,5) e Jesus declara aos apóstolos: “O Espírito da Verdade vos ensinará toda a Verdade” ( Jo 16,13). È justamente sobre estes aspectos que a Igreja nos convida a invocar o Espírito Santo.

2 – O ESPIRITO DA IGREJA.

2.a – A Igreja, fundada por Cristo, para prolongar nos séculos sua obra de salvação, é animada por seu mesmo Espírito. O Concilio Vaticano II, pelo decreto “Ad Gentes” nos recorda: “Foi no dia de Pentecostes que começaram os “Atos dos Apóstolos”, do mesmo modo que pela descida do Espírito Santo sobre a Virgem Maria, fora Cristo concebido e, pela descida do mesmo Espírito sobre Cristo em oração, fora este impelido a cumprir seu Ministério” (AG 4)
2.b A Igreja vive e cresce no mundo sob o influxo do Espírito Santo. Tudo o que a Igreja realizou nestes dois milênios de cristianismo foi feito em virtude do divino Espírito que jamais deixou de assisti-la e de infundir-lhe o vigor necessário para o cumprimento de sua missão.
2.c – O Espírito não é dirige a Igreja por caminhos fáceis, isentos de dificuldades, e de lutas, mas antes a sustenta para que progrida através das mesmas lutas0 e dificuldades com serenidade, constância e alegria de sofrer por Cristo. Da atitude dos primeiros Apóstolos que se alegravam “por terem sido dignos de sofrer afrontas... pelo nome de Jesus”, buscamos o exemplo.
2.d – A força profunda tanto na Igreja nascente como da atual está no deixar-se guiar pelo Espírito Santo, dando testemunho de fé e de amor em Cristo Jesus.
2.e – A fim de colaborar para a união da Igreja, o primeiro e mais importante passo a ser dado é o desenvolvimento do amor que o Espírito Santo derrama em cada batizado para que produza  frutos de caridade, de concórdia e de paz.
2.f – Deixar fermentar no próprio coração germes de egoísmo, de intolerância, de antipatia, que geram a discórdia é um contra senso para aquele que reza pela união e paz universal. Esses germes nascem pequeninos no coração do homem, mas se fomentados podem provocar situações gigantescas, eis porque S. Paulo diz: “Conjuro-vos ... eu, prisioneiro pelo Senhor, que vos comporteis de maneira digna da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade, mansidão e longanimidade, suportando-vos mutuamente com caridade, pressurosos em manter a unidade do espírito mediante o vinculo da paz”. (Ef 4,1-3).

3 - GUIADOS PELO ESPIRITO.

3.a – A graça santificante, as virtudes teologais e morais infundidas no batismo situam o cristão no plano sobrenatural e lhe dão a possibilidade de agir sobrenaturalmente, de tender para Deus e para a santidade. Todavia, o modo de proceder do cristão continua humano e, portanto limitado, imperfeito. A inteligência humana, mesmo depois de iluminada pela fé continua sem capacidade para atingir a Deus, impotente para conhecê-lo como ele é.
3.b – Conhecendo imperfeitamente a Deus, é também incapaz de orientar-se perfeitamente para ele, de am=alo efetivamente: “com todo o coração, com toda alma, com toda a mente” (Mt 22,37). Muitas vezes não sabe discernir a vontade de Deus a seu respeito, não sabe distinguir o que é mais perfeito, mais agradável ao Senhor.
3.c – Enquanto o homem procede por iniciativa própria, incompleta é sua orientação para Deus, porque é sempre um “modo humano”. Mas ao se deixar guiar pelo Espírito Santo, age de “modo divino” e assim se orienta para Deus.
  
A Igreja é a comunidade, corpo de Cristo, que tem como alma o Espírito Santo, o qual manifesta a sua presença ativa e eficaz através dos carismas ou dons particulares de graça. Estas manifestações particulares do Espírito são concedidas para o bem comum, porque estão ordenados para a vida, para o crescimento do corpo de Cristo e para a missão. Todo cristão tem o seu dom de graça e um lugar definido na Igreja;todo cristão é um enviado para anunciar Cristo no poder do Espírito Santo.
Que no dia de Pentecostes possamos partir da assembléia eucarística como os apóstolos saíram no cenáculo e com as nossas vidas cantar ao mundo as maravilhas de D







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