CURSO BIBLICO
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ENCONTRO
11 – O ANO LITURGICO.
CICLO
DA PASCOA – O PENTECOSTES.
O
desenvolvimento litúrgico do domingo de Pentecostes, que lhe acentuou a
autonomia, começou no inicio do século IV, quando surgiu o uso de reservar à
vigília noturna desta solenidade o
conferimento do Batismo àqueles que não puderam recebê-lo na noite de Páscoa.
O
domingo de Pentecostes conclui o tempo pascal e na revisão dos textos, tanto
bíblicos como eucológicos, da celebração ocorrido durante a reforma litúrgica,
acentuou-se uma temática que evidencia o evento salvifico da efusão do Espírito
Santo, substituindo a temática genérica sobre o Espírito Santo, utilizada até
então.
1
– O ESPIRITO SANTO.
1.a
– “Não vos afasteis de Jerusalém, mas esperai a realização da promessa do Pai,
que ouvistes de meus lábios” (At 1,4) – Obedecendo à ordem recebida,
reuniram-se os apóstolos em oração. Foi a primeira novena de Pentecostes.
1.b
– É em sintonia com a Igreja primitiva
que voltamos a mente e o coração para o Espírito Santo num desejo de melhor
conhecê-lo e amá-lo.
1.c
– Segundo o sentido latino a palavra espírito significa hálito, respiração,
sopro vital. Assim como no homem a respiração é a manifestação da vida, em Deus
o Espírito Santo é a expressão, a efusão da vida e do amor do Pai e do filho.
1.d
– A Igreja invoca o Espírito Santo para que venha acender no coração de seus
filhos a chama da caridade.
1.e
– Embora de modo velado, já o Antigo Testamento fala do Espírito Santo, e desde
o principio o Espírito Santo está no mundo, mas a revelação explicita do
Espírito Santo e de sua efusão sobre todo o povo de Deus é reservada ao Novo
Testamento. É o próprio Jesus que o anuncia: “O Paráclito que eu vos enviarei
da parte do Pai, o Espírito de Verdade que procede do Pai, dará testemunho de
mim”. (Jo 15, 26).
1.f
– O Espírito continua a obra do Redentor e dá testemunho dele, iluminando anteriormente os apóstolos e a todos os fieis
sobre o mistério de Cristo.
1.g
– O Espírito Santo tem também a missão particular de santificar os fiéis no
amor e na verdade: “O Amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo
Espírito Santo” diz São Paulo (Rm 5,5) e Jesus declara aos apóstolos: “O
Espírito da Verdade vos ensinará toda a Verdade” ( Jo 16,13). È justamente
sobre estes aspectos que a Igreja nos convida a invocar o Espírito Santo.
2
– O ESPIRITO DA IGREJA.
2.a
– A Igreja, fundada por Cristo, para prolongar nos séculos sua obra de
salvação, é animada por seu mesmo Espírito. O Concilio Vaticano II, pelo
decreto “Ad Gentes” nos recorda: “Foi no dia de Pentecostes que começaram os
“Atos dos Apóstolos”, do mesmo modo que pela descida do Espírito Santo sobre a
Virgem Maria, fora Cristo concebido e, pela descida do mesmo Espírito sobre
Cristo em oração, fora este impelido a cumprir seu Ministério” (AG 4)
2.b
A Igreja vive e cresce no mundo sob o influxo do Espírito Santo. Tudo o que a
Igreja realizou nestes dois milênios de cristianismo foi feito em virtude do
divino Espírito que jamais deixou de assisti-la e de infundir-lhe o vigor
necessário para o cumprimento de sua missão.
2.c
– O Espírito não é dirige a Igreja por caminhos fáceis, isentos de
dificuldades, e de lutas, mas antes a sustenta para que progrida através das
mesmas lutas0 e dificuldades com serenidade, constância e alegria de sofrer por
Cristo. Da atitude dos primeiros Apóstolos que se alegravam “por terem sido
dignos de sofrer afrontas... pelo nome de Jesus”, buscamos o exemplo.
2.d
– A força profunda tanto na Igreja nascente como da atual está no deixar-se
guiar pelo Espírito Santo, dando testemunho de fé e de amor em Cristo Jesus.
2.e
– A fim de colaborar para a união da Igreja, o primeiro e mais importante passo
a ser dado é o desenvolvimento do amor que o Espírito Santo derrama em cada
batizado para que produza frutos de
caridade, de concórdia e de paz.
2.f
– Deixar fermentar no próprio coração germes de egoísmo, de intolerância, de
antipatia, que geram a discórdia é um contra senso para aquele que reza pela
união e paz universal. Esses germes nascem pequeninos no coração do homem, mas
se fomentados podem provocar situações gigantescas, eis porque S. Paulo diz:
“Conjuro-vos ... eu, prisioneiro pelo Senhor, que vos comporteis de maneira
digna da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade, mansidão e
longanimidade, suportando-vos mutuamente com caridade, pressurosos em manter a
unidade do espírito mediante o vinculo da paz”. (Ef 4,1-3).
3
- GUIADOS PELO ESPIRITO.
3.a
– A graça santificante, as virtudes teologais e morais infundidas no batismo
situam o cristão no plano sobrenatural e lhe dão a possibilidade de agir
sobrenaturalmente, de tender para Deus e para a santidade. Todavia, o modo de
proceder do cristão continua humano e, portanto limitado, imperfeito. A
inteligência humana, mesmo depois de iluminada pela fé continua sem capacidade
para atingir a Deus, impotente para conhecê-lo como ele é.
3.b
– Conhecendo imperfeitamente a Deus, é também incapaz de orientar-se
perfeitamente para ele, de am=alo efetivamente: “com todo o coração, com toda
alma, com toda a mente” (Mt 22,37). Muitas vezes não sabe discernir a vontade
de Deus a seu respeito, não sabe distinguir o que é mais perfeito, mais
agradável ao Senhor.
3.c
– Enquanto o homem procede por iniciativa própria, incompleta é sua orientação
para Deus, porque é sempre um “modo humano”. Mas ao se deixar guiar pelo
Espírito Santo, age de “modo divino” e assim se orienta para Deus.
A
Igreja é a comunidade, corpo de Cristo, que tem como alma o Espírito Santo, o
qual manifesta a sua presença ativa e eficaz através dos carismas ou dons
particulares de graça. Estas manifestações particulares do Espírito são
concedidas para o bem comum, porque estão ordenados para a vida, para o
crescimento do corpo de Cristo e para a missão. Todo cristão tem o seu dom de
graça e um lugar definido na Igreja;todo cristão é um enviado para anunciar
Cristo no poder do Espírito Santo.
Que
no dia de Pentecostes possamos partir da assembléia eucarística como os
apóstolos saíram no cenáculo e com as nossas vidas cantar ao mundo as
maravilhas de D